domingo, 1 de novembro de 2009

Letras

O pessoal anda muito criativo.
Foi só dizer que era pra escrever sambas e logo todos resolveram nos brindar com obras primas.
Pra não dizerem que é mentira, eis a prova.
Você agora pode ver os documentos que originalmente foram levados na primeira roda de samba autoral, pelos músicos, para que o pessoal acompanhasse!

É maravilhoso saber que a roda segue, depois 3 meses, FIRME E FORTE.
As segundas-feiras do Parangolé nunca mais foram as Mesmas!
Parabéns a todos os participantes, ao seu Claudio (que segue cedendo o espaço - muito obrigado!) e a todos os espectadores, que divulgam, comparecem e fazem da roda mais que uma ideia ou um sonho, uma REALIDADE!

Iniciativas como essa, que incentivam a produção cultural local são louváveis.

VIDA LONGA ao RODA DE SAMBA AUTORAL!


























































quinta-feira, 23 de julho de 2009

CARTA AOS SAMBISTAS E APRECIADORES DO SAMBA DE PORTO ALEGRE

Pessoal, muita coisa mudou no cenário do samba em Porto Alegre nos últimos anos. A cidade sempre teve o samba como uma das suas manifestações musicais mais importantes mas até alguns anos atrás as rodas de samba ainda estavam muito restritas ao pagode e aos sambas dos anos 80 influenciado pela geração do Cacique de Ramos como o Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, etc. Hoje já temos um número muito mais significativo de rodas de samba e grupos que conquistaram seu espaço e público com sambas pouco veiculados pela grande mídia no que podemos citar as rodas do Central do Samba, do Instituto Brasilidades e do Projeto Resgate bem como grupos como o Gafieira Ziriguidum, Flor de Ébano, Dois por quatro, Tribo Brasil, entre outros grupos e projetos particulares, sendo que nem todos se dedicam somente ao samba.
O samba então vive um bom momento em Porto Alegre porque além do samba dos anos 80 e dos sambas-canção que já têm seu espaço à um bom tempo muitos outros sambas tem conquistado seu espaço na cidade graças à atuação de sambistas, em sua maioria muito jovens. No entanto, apesar de nomes como Candeia, Nei Lopes, Xangô da Mangueira, Nelson Cavaquinho, Baden Powell, Wilson Batista, entre muitos outros, estarem cada vez mais presentes no cenário musical porto-alegrense é muito raro ouvirmos os sambas gaúchos sendo executados nessas rodas ou apresentações. Isso faz com que tenhamos a falsa impressão de que os sambistas gaúchos não compõe ou que suas composições perdem em “qualidade” para os demais, o que não é verdade. Há um grande número de sambistas produzindo em Porto Alegre mas por alguma razão esses sambistas não encontram espaço ou preferem não mostrar suas composições. Considerando o crescimento que o samba teve na cidade, me parece que a próxima etapa é promover os compositores daqui para que se dê vazão às composições desses sambistas e incentivar os sambistas a comporem cada vez mais e a criarem novas parcerias.
É pensando nessa nova etapa que idealizamos a primeira roda composta apenas de sambas autorais, ou seja, um espaço onde os sambistas da cidade de Porto Alegre poderão mostrar suas composições em roda de sambistas e onde o público interessado poderá assistir e avaliar a produção local. Essa é uma experiência inédita em Porto Alegre e só terá sucesso pela força e união dos sambistas para tornar a cena do samba em Porto Alegre cada vez mais madura.
Não se trata de um evento xenófobo que quer afastar os sambas de outras regiões nem um evento que não reconhece outros gêneros musicais do Brasil e do mundo. Apenas queremos fortalecer e mostrar o trabalho que desenvolvemos com o samba e entendemos que muitos outros gêneros já possuem seu espaço e já tem boa aceitação dos compositores locais.
Por isso, venho convidar todos os sambistas de Porto Alegre a abraçar esse evento como seu e como um espaço de união e troca de idéias. O evento não é competitivo mas sim de divulgação da produção local.
Para participar da roda é só vir com seu instrumento mas para apresentar suas composições há duas regras básicas:
1. O compositor deve fazer cópias da letra (de preferência cifrada para ajudar os demais músicos) e deixar à disposição para que o público acompanhe. 20 cópias está de bom tamanho e;
2. Um mesmo compositor não pode apresentar duas composições suas em seguida. Poderá mostrar quantas composições quiser (respeitando o tempo de duração da roda) desde que seja intercalado com outros compositores para que não se monopolize o espaço.
No local haverá uma caixa amplificada com um microfone caso o compositor prefira apresentar seu samba dessa forma.

Os sambas apresentados na roda estarão automaticamente inscritos no Projeto Cultura Popular Livre, encabeçado pelo Instituto Brasilidades, que em outubro organizará um concurso no qual o compositor vencedor terá os custos com o estúdio para a gravação de uma música pagos e a divulgação da música no formato Creative Commons. Para saber mais sobre esse formato, acesse o seguinte link.
http://mirrors.creativecommons.org/getcreative/br/

É isso aí, pessoal. Já foi-se o tempo em que vivíamos reclamando por aí que o samba não tem espaço. Hoje ele tem e cabe a nós ocupar esse espaço não só cultuando os mestres (o que devemos continuar fazendo) mas também mostrando nossas produções. Esse projeto só irá adiante com a união dos sambistas, o que é, em última análise, o grande objetivo. Aos sambistas compositores, é cada um de vocês que sustentará a segunda, a grande vitrine do samba gaúcho a partir de agora. Sua presença é fundamental e contamos com vocês. Aos sambistas que não compõe, sua presença é tão fundamental quanto a dos compositores pois vocês também divulgarão os melhores sambas em suas rodas e shows. Contamos com vocês.

Abraço a todos e vejo vocês no dia 03/08.


Rafael Silva
Músico e educador musical